O que não fazer quando se quer vir morar nos EUA.
Mark Morais
Há um filme bastante interessante dos anos 1980, “Coisas para se fazer em Denver quando se está morto”. Bem, no caso da imigração para os EUA, podemos falar em coisas para não se fazer. Ainda que muita gente faça. De fato, muitas pessoas migram ilegalmente para os Estados Unidos. Atualmente, cerca de 11 milhões de estrangeiros vivem no país sem um status imigratório válido. Ainda que seja difícil e muitas vezes perigoso, milhares de pessoas tentam anualmente cruzar a fronteira para viver o sonho americano. Muitos conseguem. Muitos entram no país com visto de turista, o Visto B2, um documento relativamente fácil de se conseguir, e simplesmente ficam nos EUA, conseguem algum trabalho, colocam os filhos na escola e vão vivendo uma vida normal.
Quer dizer: quase normal. É certo que, ao contrário do que se possa imaginar, não existe uma “patrulha de imigração” percorrendo dia e noite as ruas americanas à procura de imigrantes ilegais (o velho Tio Sam não tem nem tempo, nem os recursos necessários, nem disposição para fazer isto), e é bastante possível a um imigrante ilegal passar toda a vida no país despercebido, sem ter de enfrentar um processo de deportação. Basta que ele “navegue abaixo do radar”, não cometendo crimes e pagando seus impostos em dia (sim, por mais paradoxal que possa soar, é possível ser um imigrante ilegal e pagar impostos nos EUA). Enfim: ainda que seja possível viver toda uma vida nos Estados Unidos como imigrante ilegal, isto é altamente desaconselhável e traz alguns problemas.
Primeiro, o imigrante ilegal jamais poderá deixar o território americano, nem para visitar pais doentes ou filhos com problemas, e, se ele fizer isto, não conseguirá retornar: poderá receber uma punição de proibição de entrada no país que varia de 3 a 10 anos. Se tentar retornar ilegalmente dentro deste período de castigo, será banido para sempre!
Além disso, a condição do imigrante ilegal limita as suas possibilidades de emprego, já que a maioria das empresas americanas não realiza contratações de pessoas que não estejam com seus documentos em ordem, especialmente autorização de trabalho e o social security number, o documento equivalente ao CPF no Brasil. Assim, imigrantes ilegais, mesmo que sejam excelentes profissionais, até de formação superior, em seu país de origem, geralmente precisam se sujeitar a empregos informais ou subempregos, que exigem pouca qualificação e oferecem remuneração baixa.
Portanto, aconselho a quem deseja viver na América: faça isso direito! Faça de maneira legal! É possível!
Sobre Mark Morais
Mark Morais é advogado de Imigração e proprietário da Mark Morais Law Firm, escritório americano responsável por processos jurídicos de vistos e green cards para os Estados Unidos.
Mark é o único advogado brasileiro-americano que já trabalhou nas 3 principais agências federais de imigração dos EUA (USCIS, CBP e ICE) desempenhando as funções de Promotor de Imigração, Oficial de Asilo Político e Refugiados e Policial Federal de Imigração e Alfândega.
Mark Morais é formado em Direito e Administração de Empresas no Brasil e é Doutor em Jurisprudência nos Estados Unidos. Ele é licenciado para praticar Direito no Estado da Flórida e também na Capital Federal (District of Columbia).