TRUMP IS ON FIRE! A VERDADE POR TRÁS DA DEPORTAÇÃO DE BRASILEIROS

Mark Morais
Invasores de Corpos é um filme de terror de 1978, no qual alienígenas iniciam uma invasão silenciosa da Terra, substituindo lentamente os moradores de São Francisco, Califórnia, por clones extraterrestres, até dominarem completamente o local e, posteriormente, o mundo. Remake de um clássico de 1956, o filme surfa na onda da paranoia reinante nos Estados Unidos durante a Guerra Fria, onde até o seu vizinho poderia ser um espião a serviço da União Soviética; mas pode representar também o medo natural que as pessoas sentem diante daqueles que são diferentes e desconhecidos. Como os estrangeiros.
Os Estados Unidos são o país que mais recebe imigrantes no mundo; mais de 50 milhões de pessoas das mais diversas nacionalidades escolheram fazer da América o seu lar, e outras 40 milhões, nascidos nos EUA, são filhos de imigrantes. Isso significa que cerca de 28% da população do país é formada por estrangeiros. Neste imenso contingente de pessoas, oficialmente, mais de dois milhões são brasileiros, porém o número deve ser muito maior, pois as estatísticas não incluem os imigrantes ilegais. É perfeitamente natural, portanto, que muitos americanos se preocupem com o impacto que tantos estrangeiros causam na estrutura social do país, demandando empregos, vagas nas escolas, nos hospitais. Para se ter uma ideia, alguns dados falam em mais de 20 milhões de imigrantes que cruzaram a fronteira em apenas 4 anos do governo Biden. O que dá uma média de mais de 13 mil imigrantes ilegais cruzando a fronteira todo santo dia, sem exceção, incluindo sábados, domingos e feriados, durante os 1.460 dias do Biden na Casa Branca. Outro dado assustador foi que o número de entradas ilegais foi bem maior do que o de crianças que nasceram nos EUA no mesmo período. A postura do presidente Donald Trump reflete a disposição da maioria da população americana, de não admitir que imigrantes ilegais sobrecarreguem o país; a deportação dessas pessoas foi uma das promessas de campanha de Trump, e ele mal esquentou sua cadeira presidencial e já começou a cumpri-la.
Na noite de sábado (25/01) o Brasil recebeu o primeiro avião de deportados da nova administração Trump. A imagem dos 88 compatriotas deixando a aeronave em roupas laranja e algemados, paramentos destinados aos criminosos naquele país, causou furor no governo Lula e comoção nas redes sociais. Tudo levava a crer que o terrível Laranjão não perderia tempo em cumprir suas promessas de campanha e teria dado início ao seu diabólico plano de deportação em massa. Quem esse Trump pensa que é, afinal, para tratar assim os pobres brasileiros que só queriam uma vida melhor na América? Mas, calma lá: devagar com o andor, que o Santo é de barro, diz o antigo ditado; as coisas nem sempre são o que parecem ser, e cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Antes de amaldiçoar o Trump malvadão e xenófobo, você precisa saber de alguns fatos; a eles, ora pois!
Primeiro fato: Esse avião lotado de brasileiros que pousou em Manaus não é resultado da nova e rigorosa política de imigração da administração trumpista, mas faz parte de um acordo de repatriação firmado entre o governo Temer (o melhor presidente que o PT elegeu, sem sombra de dúvidas) e seu congênere americano, que, coincidentemente, era Donald Trump à época. Os brasileiros deportados agora já se encontravam, portanto, em processo de repatriação. Essa prática, aliás, não é exclusividade do governo Trump; durante o governo Barack Obama (2013 a 2016), incensado pela esquerda brasileira, os EUA deportaram 1.160.255 pessoas, sendo 4.189 brasileiros. Depois dele, a administração Trump devolveu a seus países de origem 935.346 pessoas, dentre elas, 6.776 brasileiros, e “Sleepy Joe” Biden deportou 545.242 estrangeiros, sendo 7.168 habitantes de Pindorama. E a deportação de brasileiros não se restringe aos Estados Unidos: de acordo com o jornal The Observer, em 2024, o Reino Unido mandou 600 brasileiros de volta para casa em três voos secretos, um recorde de deportações de pessoas da mesma nacionalidade para os britânicos.
Segundo fato: Sim, a deportação de imigrantes ilegais (eu disse ilegais; jamais se esqueça desse detalhe, nada irrelevante!) é uma das promessas de campanha de Trump, e você pode apostar que ele vai cumpri-la. Porém, seu foco inicial será os estrangeiros que:
- Contra os quais já existam ordens de deportação emitidas por juízes de imigração. Durante a administração Biden, o ICE fez “vistas grossas” para essas pessoas, permitindo que elas permanecessem nos EUA, mesma sabendo que sua deportação fora ordenada por um juiz, desde que elas comparecessem regularmente à corte e mantivessem um trabalho. Pois esse tempo acabou: mais dia, menos dia esses estrangeiros, sejam brasileiros ou de qualquer outra nacionalidade, serão enviados para seus países de origem no governo Trump.
- Criminosos condenados pela Justiça americana. Dentre os 88 deportados nessa primeira leva, encontra-se, por exemplo, o simpático senhor S.D.O., que vivia na América há décadas e foi deportado. Pois o nosso pobre compatriota foi expulso dos EUA somente por ter sido condenado em março de 2022 pela Justiça da Califórnia (Estado que não é nada hostil aos imigrantes ilegais; pelo contrário, possui leis bastante favoráveis!) a cinco anos de prisão por envolvimento em um esquema de furtos, fraudes e lavagem de dinheiro, que surrupiou a bagatela de vários milhões de dólares. E, como se isso não fosse o bastante, o nosso herói S.D.O. é reincidente: ele estava em liberdade condicional por outro crime cometido na generosa Califórnia.
Terceiro fato: As autoridades brasileiras demonstraram sua indignação teatral ao contemplarem seus compatriotas descerem algemados do avião; Ricardo Lewandowski, Ministro da Justiça, “ordenou” a retirada das algemas dos deportados assim que desceram do avião aAmericano para serem transferidos para uma aeronave da FAB, como se esse não fosse o procedimento padrão nestes casos; outros 21 ministros de Lula (aliás, haja ministério nesse governo!) fizeram um verdadeiro circo diante da cena, como se não soubessem que, apenas no atual mandato do petista, outros 32 voos de brasileiros deportados, enviados pelo governo do esquerdista Joe Biden, já haviam pousado em solo brasileiro, trazendo todos os seus passageiros algemados (porém, nas deportações do Biden, a indignação foi silenciosamente seletiva). Mal sabem eles que esses brasileiros não voltaram para o Brasil por escolha própria, ou por amor a pátria amada idolatrada Brasil, ou por vontade extrema de serem governados pelo Lula, e se não fossem as deportações estariam nos EUA até hoje! Tolinhos…
Apesar da gritaria dos petistas e seus comparsas, o uso de algemas nos pulsos e correntes nos tornozelos de imigrantes ilegais transportados é comum e é adotada desde os anos 1980. A medida visa tanto a proteção da pessoa sob custódia do Estado americano, para evitar que ela se machuque ou cometa qualquer ato extremo contra si mesma, quanto a proteção dos agentes de segurança envolvidos no transporte. Mas a “indignação” das autoridades brasileiras é até compreensível: enquanto, nos Estados Unidos, o uso de algemas no transporte de pessoas sob a custódia do Estado, sejam elas quem forem, é procedimento padrão, no Brasil a prática é liberar traficantes condenados para saidinhas de Natal, anular processos de corruptos condenados a centenas de anos de cadeia e soltar imediatamente assassinos de turistas pois, após a finada operação Lava-Jato mandar para as grades um certo ex-presidente condenado por corrupção, o STF mudou o seu entendimento para determinar que a prisão de alguém só pode ocorrer após esgotados todos os recursos possíveis, imagináveis e inventáveis. Para soltar aquele certo ex-presidente, o STF impactou os processos de outros 4,8 mil criminosos condenados, que também puderam se beneficiar da decisão. Ou seja, o primeiro avião de deportados da nova era Trump escancarou dois fatos sobre o Brasil:
O primeiro, é que o país é governado por um bando de hipócritas que tratam uma mesma situação de maneiras diferentes, ao sabor das conveniências: o mesmo Lula que deportou imediatamente dois lutadores cubanos, que pediram asilo político durante os jogos Pan-Americanos de 2007, de volta aos braços dos irmãos ditadores assassinos, Fidel e Raúl, e negou a extradição do terrorista assassino Cesare Battisti (esquerdista, é claro) para que respondesse por seus crimes na Itália, finge estar preocupado com os direitos humanos dos brasileiros deportados pelos EUA.
O segundo é que, infelizmente, o Brasil é um paraíso para o crime. O fato de ser o campeão mundial em homicídios (47.722 assassinatos registrados em um ano, 10,4% do total mundial, segundo o Estudo Global sobre Homicídios 2023, da ONU), enquanto nos EUA o número foi de 19.796, apesar de aqui termos mais armas do que cidadãos. Estes números, além da absurda leniência da justiça brasileira para com o crime (através de decisões como as mencionadas acima), ajudam a explicar por que tantos brasileiros se arriscam a tentar uma nova vida na América, mesmo que de maneira ilegal. O que vimos neste sábado foi o fim do sonho para essas 88 pessoas, e isso é só o começo.
Mas não quero terminar esse artigo de maneira sombria; se você deseja migrar para os Estados Unidos de forma legal para não correr o risco de voltar para casa algemado, saiba que isso é possível. Muito possível!
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Sobre Mark Morais
Mark Morais é advogado de Imigração e proprietário da Mark Morais Law Firm, escritório americano responsável por processos jurídicos de vistos e green cards para os Estados Unidos.
Mark é o único advogado brasileiro-americano que já trabalhou nas 3 principais agências federais de imigração dos EUA (USCIS, CBP e ICE) desempenhando as funções de Promotor de Imigração, Oficial de Asilo Político e Policial Federal de Imigração e Alfândega.
Mark Morais é formado em Direito e Administração de Empresas no Brasil e é Doutor em Jurisprudência nos Estados Unidos. Ele é licenciado para praticar Direito no Estado da Flórida e também na Capital Federal (District of Columbia).
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