QUANDO O JUÍZO ENTRA DE FÉRIAS 3

Mark Morais
QUANDO O JUÍZO ENTRA DE FÉRIAS – PARTE 3
TIRO AO PRESIDENTE É UM DOS ESPORTES PREFERIDOS DOS AMERICANOS: Desde a Independência, nada menos que nove presidentes foram alvo de atentados; quatro deles morreram. Se, na soma das tentativas, o número é equilibrado entre os dois principais partidos (cinco alvejados eram republicanos e quatro democratas), os mortos foram, na maioria, Republicanos: Abe Lincoln, James Garfield e William McKinley; apenas John Kennedy era do partido Democrata. Parece que, apesar de serem contrários ao porte de armas, os esquerdistas têm uma boa pontaria… Incluindo os planos frustrados antes dos tiros serem disparados, as tentativas de assassinato de presidentes chegam a mais de 40, tornado o cargo de POTUS (President Of The United States) uma profissão bastante perigosa. No dia 13 de julho de 2024, o alvo da vez foi o republicano Donald Trump, líder disparado nas pesquisas; enquanto discursava em um comício, o ex-presidente levou um tiro que acertou sua orelha direita; Trump escapou da morte por, literalmente, alguns milímetros. E por uma justiça do destino, o que o salvou foi ser contra a imigração ilegal para os EUA. Explico: enquanto o candidato MAGA discursava para uma plateia indignada com os números alarmantes de quase 20 milhões de imigrantes que entraram ilegalmente nos EUA durante o (des)governo Biden, Trump vira sua cabeça inclinando o corpo levemente para mostrar um gráfico no telão. Foi neste exato instante que o terrorista disparou – e errou o alvo, acertando de raspão a orelha do ex-presidente americano. Os argentinos costumam chamar o saudoso jogador Maradona de “La Mano de Dios” (A Mão de Deus), em referência ao seu gol histórico na copa de 1986 contra a Inglaterra, utilizando a mão esquerda para vencer o arqueiro inglês (gol que, nos dias atuais, com o advento da tecnologia de vídeo, teria sido anulado com o auxílio do VAR. a menos, é óbvio, que o gol fosse a favor do Flamengo em alguma partida válida pelo campeonato brasileiro); agora os americanos podem chamar Donald Trump de “The Ear of God” (A Orelha de Deus). Já o atirador, tratado até agora como um “lobo solitário”, foi morto pelo Serviço Secreto, e deve estar neste exato momento sentado no colo do capiroto.
Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade? O atentado a Donald Trump ocorre depois de uma longa e massiva campanha de demonização do ex-presidente, promovida por seu oponente, Joe Biden, pelo partido Democrata e por boa parte da imprensa esquerdista americana. Ao retratar o Laranjão como inimigo da democracia, fascista e compará-lo a Hitler (mesmo sem qualquer respaldo nos fatos), os democratas e a imprensa companheira, alimentando o ódio e a divisão na sociedade americana (qualquer semelhança com o que faz um certo político e seu partido no Brasil não é mera coincidência; o “nós contra eles” é uma estratégia política muito bem planejada) colocaram um alvo nas costas de Trump. Mas, com o perdão do trocadilho infame, tudo indica que o tiro sairá pela culatra: se o republicano já vinha apresentando excelentes números nas pesquisas enquanto um Joe Biden cada dia mais errático derrete a cada minuto, a disputa agora deverá ser um verdadeiro massacre eleitoral. O pânico já se instalou na sede do Partido Democrata, que tenta desesperadamente convencer Biden a desistir em favor de um candidato mais, digamos, mentalmente saudável.
Mas, o que a Suprema Corte tem a ver com tudo isso? Por qual razão este artigo tem o mesmo título dos anteriores?
Muito simples, Pequeno Gafanhoto: até bem pouco tempo, o polêmico ex-presidente era carta fora do baralho eleitoral. Alvo de clara perseguição política culminando em várias ações judiciais, Trump estaria inelegível em alguns estados (Maine, Colorado e Illinois) para disputar as eleições presidenciais por ter sido considerado culpado de envolvimento em “insurreição ou rebelião” contra o governo americano, violação prevista na 14ª Emenda da Constituição dos EUA; segundo a corte estadual, ele teria incitado a invasão do Capitólio, centro do poder legislativo, ocorrida em 6 de janeiro de 2021 -mesmo havendo fartas provas de que ele, pelo contrário, manifestou-se tentando demover as pessoas de fazerem isso.
Pois bem: apesar da condenação na esfera estadual, a Suprema Corte discordou. Composta por nove Justices (como já dissemos, esse é o título dos integrantes da Suprema Corte, equivalente ao Supremo Tribunal Federal no Brasil), sendo seis deles conservadores e três liberais, a Corte decidiu que “os Estados não têm poder, segundo a Constituição, para aplicar a Seção 3 com relação a cargos federais, especialmente a Presidência”. Somente o Congresso Nacional poderia tomar tal decisão, segundo a sentença.
Ou seja: até à decisão da Suprema Corte, tomada em março, os democratas podiam dormir tranquilos como Joe Biden sob os efeitos dos seus remédios, pois achavam que o seu pior pesadelo estava fora do seu caminho.
A Suprema Corte mostrou que eles estavam enganados, e Trump está de volta.
Que comecem os jogos!
De preferência, sem tiros.
Sobre Mark Morais
Mark Morais é advogado de Imigração e proprietário da Mark Morais Law Firm, escritório americano responsável por processos jurídicos de vistos e green cards para os Estados Unidos.
Mark é o único advogado brasileiro-americano que já trabalhou nas 3 principais agências federais de imigração dos EUA (USCIS, CBP e ICE) desempenhando as funções de Promotor de Imigração, Oficial de Asilo Político e Policial Federal de Imigração e Alfândega.
Mark Morais é formado em Direito e Administração de Empresas no Brasil e é Doutor em Jurisprudência nos Estados Unidos. Ele é licenciado para praticar Direito no Estado da Flórida e também na Capital Federal (District of Columbia).
Continue por dentro das novidades no blog e no insta @markmoraislaw