Ouro de Tolo
Mark Morais
Durante a corrida do ouro na Califórnia, iniciada em 1849, milhares de pessoas de todo o mundo se deslocaram para o ensolarado estado americano em busca de fortuna rápida. Muitos destes aventureiros foram vítimas de um golpe bastante comum na época, comprando o chamado “ouro de tolo”, a pirita, um metal brilhante e amarelo que, aos olhos pouco treinados, passa facilmente por ouro.
Nos tempos atuais, ainda é fácil enganar as pessoas com o “ouro de tolo”. A Payless, rede de lojas de calçados populares nos Estados Unidos, fez um interessante “experimento social”: montou uma falsa loja de calçados de luxo, dando-lhe o nome italianizado de Palessi e colocando os mesmos calçados populares à venda, custando centenas de dólares a mais. Convidados para a abertura, donos de lojas, influenciadores e socialites deram entrevistas deslumbradas, elogiando a qualidade, elegância e sofisticação dos produtos e desembolsando até 645 dólares por modelos de tênis que são vendidos a módicos 35 dólares nas lojas Payless, um aumento de exorbitantes 1.800%. Pode imaginar a cara destas pessoas quando foram informadas que estavam pagando pequenas fortunas por calçados que desfilam nos pés de milhares de pessoas de baixa renda nos Estados Unidos? Ao final da “pegadinha”, a Payless devolve o dinheiro aos clientes envergonhados e deu-lhes os calçados de presente. Estas pessoas aprenderam na prática aquele antigo ditado, segundo o qual “nem tudo que reluz é ouro”; mas existe outro dito popular que também se encaixa perfeitamente na situação: “enquanto houver cavalo, São Jorge não anda a pé”.
Em relação à imigração para os Estados Unidos, ainda existe muito ouro de tolo circulando por aí: desde os perigosos coyotes que cobram para atravessar imigrantes sem documentação, até “profissionais” sem escrúpulos e, na maioria das vezes, sem licença para praticar a profissão, que iludem seus clientes com a promessa de conseguirem vistos como quem compra um picolé na esquina. Se você sonha em imigrar legalmente, procure um advogado licenciado pelas autoridades americanas e com experiencia comprovada em leis imigratórias, não alguém que te enxergue apenas como uma cifra.
Boa sorte, e sucesso!
Mark Morais
Mark Morais é advogado de Imigração e proprietário da Mark Morais Law Firm, escritório americano responsável por processos jurídicos de vistos e green cards para os Estados Unidos.
Mark é o único advogado brasileiro-americano que já trabalhou nas 3 principais agências federais de imigração dos EUA (USCIS, CBP e ICE) desempenhando as funções de Promotor de Imigração, Oficial de Asilo Político e Policial Federal de Imigração e Alfândega.
Mark Morais é formado em Direito e Administração de Empresas no Brasil e é Doutor em Jurisprudência nos Estados Unidos. Ele é licenciado para praticar Direito no Estado da Flórida e também na Capital Federal (District of Columbia).