Outra vitória que conquistamos em nosso escritório foi o visto para P.P., oficial da Marinha brasileira. P.P. é Capitão de mar e guerra, a patente mais alta da carreira militar da marinha (acima disso, apenas o posto de almirante; contudo, este é um posto militar de nomeação política).
P.P. agendou um atendimento comigo, pois, após realizar algumas pesquisas e sondagens, estava convicto de que sua esposa, médica, teria qualificação suficiente para se candidatar ao visto EB2-NIW.
– “A consulta é sobre o perfil profissional da minha esposa, que é médica no Brasil, e já ouvi dizer por aí que ela seria uma forte candidata ao visto EB2-NIW por causa da necessidade de médicos nos EUA”, dizia ele orgulhoso da esposa.
Durante a consulta, percebi que a esposa, realmente, tinha bastante experiência como médica, porém, nada que me fizesse acreditar que os planos dela para os EUA eram de importância nacional – como já explanamos em outro artigo, requisito indispensável para um EB2-NIW. O advogado de imigração precisa ser ético o suficiente para não ver o potencial cliente apenas como uma cifra a engordar sua conta bancária; um bom advogado não encoraja alguém a embarcar em aventuras mirabolantes sem chances de sucesso. Em minha firma, aconselhei muitas pessoas a refletirem melhor sobre seus casos, incentivando-as a fortalecerem sua posição antes de iniciar um processo cujas possibilidades de êxito eram pequenas.
Porém, ao longo de minha carreira como advogado, acabei aprendendo na prática aquele velho ditado que, às vezes, atiramos no que vemos e acertamos no que não vemos; por isso, sempre gosto de investigar um pouco a vida do outro cônjuge. Antes de concluir uma consulta eu sempre gosto de perguntar o que o outro consorte faz da vida.
Eis que eu pergunto para ele:
– “E o senhor, qual sua ocupação?”, eu perguntava.
– “Nada muito relevante, eu sou Capitão de Mar e Guerra da Marinha do Brasil”, dizia ele todo modesto.
Naquele momento vários alarmes começaram a soar na minha cabeça e o instinto de advogado, que já é bem aguçado, ficou ainda mais aflorado, e eu comecei a fazer uma série de perguntas sobre a carreira militar dele.
Foi assim que descobri que o modesto P.P. havia sido adido militar do Brasil na Etiópia, sede da União Africana, uma espécie de liga das nações de países daquele continente: seu posto era inferior apenas ao do próprio embaixador nesta importante missão diplomática. Através de sua atuação, P.P. conseguiu inserir o Brasil em importantes missões no chamado “chifre da África”, perigosa região infestada de piratas, especialmente somalis, que prejudicam grandemente o comércio marítimo internacional. Além disso, ele participara, juntamente com a OTAN, de importantes operações militares na região da Península Ibérica, e fora o oficial responsável, dentro do país, pelo patrulhamento marítimo na bacia do Araguaia. P.P. recebeu diversas condecorações militares, e tinha relacionamento próximo com importantes oficiais de alta patente das forças armadas dos Estados Unidos. Ou seja: no decorrer da entrevista, fomos gradualmente passando de um cônjuge para o outro; de um EB2-NIW, visto de segunda preferência, para um visto EB1, de primeira preferência. E o caso dele era tão robusto que P.P. se enquadrava em nada menos que todos os dez critérios do EB1. Já tratamos dos requisitos do visto EB1 em outro artigo no nosso Blog. Aproveita também e assista o nosso vídeo abaixo sobre o assunto.
Após a entrevista, preparamos a documentação de P.P. e demos entrada no pedido; apenas oito dias depois, seu caso foi aprovado! Em menos de um ano, P.P. e sua família já estavam de posse do seu green card; ele atuará como consultor global de segurança internacional e navegação, orientando grandes empresas marítimas sobre os cuidados a serem tomados nas viagens, especialmente nas rotas que percorrem o trajeto da costa africana. Apesar de desejar imigrar para os EUA, P.P. jamais imaginara que um dia alcançaria esta posição.
Talvez você também sonhe em se mudar para os Estados Unidos, mas não tem certeza de que esteja suficientemente qualificado?
Marque uma consulta. Vamos conversar.
Boa sorte, e sucesso!
Veja no vídeo os critérios para o visto EB1:
Mark Morais
Mark Morais é advogado de Imigração e proprietário da Mark Morais Law Firm, escritório americano responsável por processos jurídicos de vistos e green cards para os Estados Unidos.
Mark é o único advogado brasileiro-americano que já trabalhou nas 3 principais agências federais de imigração dos EUA (USCIS, CBP e ICE) desempenhando as funções de Promotor de Imigração, Oficial de Asilo Político e Policial Federal de Imigração e Alfândega.
Mark Morais é formado em Direito e Administração de Empresas no Brasil e é Doutor em Jurisprudência nos Estados Unidos. Ele é licenciado para praticar Direito no Estado da Flórida e também na Capital Federal (District of Columbia).